Muito mais que água

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Por Thais Martins, Engarrafador Moderno

 

O mercado de água mineral vem se ampliando. Os brasileiros estão buscando muito mais do que uma bebida purificada, com baixo índice de sódio, pH alcalino. Atualmente, a demanda é por produtos saborizados e com adição de ingredientes que contribuem para a promoção do bem-estar, longevidade e promoção da saúde. E, isso é possível com os acréscimos de vitaminas, fibras, minerais, colágenos e outros ingredientes.

“Os consumidores conhecem e sabem a qualidade da nossa água mineral e aos poucos também conhecerão todos os produtos saudáveis da Bioleve”, Luiz Tojo, diretor da Bioleve

“Existe uma classe de consumidores, com padrão social mais elevado, mais exigente na escolha de produtos considerados mais saudáveis por possuírem vitaminas, fibras, colágeno e outros ingredientes funcionais. Inclusive, a recuperação do poder aquisitivo é um dos fatores que nos faz acreditar que 2018 será um ano melhor do que o passado, período com muitas chuvas e temperaturas não tão elevadas, o que não contribuiu para as vendas de água mineral”, acredita o diretor industrial da Bioleve, Luiz Tojo.

“É preciso despertar nos compradores um entendimento de diversificação para aumentar a oferta. Isso gera aumento de consumo e rentabilidade”, Martin Ruette, CEO da Genina Lindoya

A Genuina Lyndoia produz água saborizada com fibras prebióticas desde 2013. “A representatividade deste tipo de produto ainda é muito pequena, entretanto existe um sentimento de que este caminho está começando a se abrir e a crescer no Brasil”, prevê o presidente e CEO da companhia, Martin Ruette, que complementa: “o mercado de águas saborizadas passa por um momento difícil em função de posicionamento em gôndola. Hoje não existe um entendimento de espaço para esses tipos de produtos no Brasil, como ocorre em países mais desenvolvidos, com maior oferta.”

 

Investimentos

De olho nos hábitos da população, que vem cada vez mais adicionando frutas, flores e ervas para deixar a água mais atraente, a Coca-Cola Brasil lançou a Crystal Sparkling, bebida refrescante e com um leve toque de sabor, feita com água gaseificada e aromas naturais nos sabores limão e camomila, e tangerina e capim limão, disponíveis em embalagens PET de 510 ml e latas sleek de 310ml. Seu desenvolvimento foi feito por um grupo de profissionais diversificado: uma especialista em gastronomia, um mestre em plantas e ervas, um pesquisador de bebida, uma aromaterapeuta e um bartender, que tiveram a missão de criar uma bebida leve, simples e refrescante.

“A Coca-Cola Brasil identificou uma oportunidade no mercado de bebidas ainda pouco explorada pelos demais players no Brasil, mas que é tendência e cresce aceleradamente em países como EUA e Grã-Bretanha: oferecer um produto feito apenas com água gaseificada, aromas naturais e sem adoçamento, corantes ou conservantes. Com esse lançamento, além de oferecer uma maior variedade de produtos aos consumidores, a companhia espera continuar o processo de investimento em novas categorias e a consolidação como uma empresa total de bebidas”, diz a gerente de hidratação, Mariana Branco.

A Ouro Fino fabrica águas saborizadas desde 2005. Recentemente, a empresa entendeu que precisava lançar algo mais nesse segmento de saudáveis e, então, desenvolveu a Ouro Fino Plus Up, rica em colágeno e fonte de vitaminas. “Desde fevereiro de 2017 é possível encontrar o produto nos sabores tangerina, limão, pêssego e maçã. Além disso, também colocamos à disposição do mercado água saborizada com adição de colágeno e vitaminas B3, B6, B12, C e E, sem glúten e zero açúcar em sua fórmula. São produtos desenvolvidos para um público, homens e mulheres de todas as idades, que se preocupa com a saúde e com a beleza, e querem ter cuidados com o corpo e hidratação”, revela o CEO, Marcelo Marques.

Com 24 anos de mercado, a Bioleve investe em tecnologia de produção e envasamento para fabricação de uma linha diversificada de bebidas, com mais de 50 produtos como refrescos, sucos, chás, isotônico, refrigerantes, energéticos, colágeno e água de coco. De todo o portfolio, a água mineral é a mais impactante nas vendas da empresa e receberá, no segundo semestre de 2018,um forte investimento em embalagem: a inovação do vidro no envase das águas minerais, o Bioleve Glass.

Outro segmento que a empresa tem investido é o de bebidas saudáveis. “Fomos pioneiros ao lançar o primeiro colágeno líquido do mercado brasileiro: o Bioleve Colágeno 10, que marcou a nossa entrada no segmento de alimentos funcionais”, destaca Tojo.Feito com zero açúcar e gordura, o Colágeno 10 equivale a 10 gramas de colágeno, fibras alimentares e vitaminas essenciais para a firmeza e elasticidade da pele.

Na proteção das articulações, o produto representa 25% de toda a proteína presente no organismo humano. O diretor Sylvio Parente complementa que a credibilidade da companhia será uma grande aliada nas vendas das bebidas funcionais. “Não temos pressa em conquistar mercados. Os consumidores conhecem nossa água mineral e aos poucos conhecerão todos os nossos produtos, todos feitos com a puríssima água Bioleve. Esse é o nosso grande diferencial.”

De acordo com Ruette, a Genuina Lyndoia é a única empresa brasileira a conquistar o prêmio de melhor água funcional na Drinktech, na Alemanha. “A AcquaFibra equivale a 14 folhas de alface, ou 22 ameixas, ou cinco barras de cereais, não tem sódio ou calorias, e auxilia no processo digestivo, fluxo intestinal, saciando a fome e melhorando a saúde. Nossa água saborizada com fibras prebióticas foi destaque em 2013. Fomos a primeira empresa no mundo que conseguiu estabilizar a fibra prebiótica em bebidas sem a necessidade de refrigeração. Temos patente do processo já emitida em vários países, inclusive no Japão. No momento aguardamos a patente em vários outros países. Levamos oito anos para desenvolver e conseguir finalizar o produto.”

 

Sustentabilidade

Marques destaca que a água mineral da Ouro Fino vem de uma única fonte, que é preservada há 120 anos. “Precisamos de investimentos sustentáveis para preservar esta fonte inesgotável. Acreditamos que o ideal é ter a planta fabril própria próxima à fonte para garantir o caminho desta água sem contaminação, preservando seus componentes químicos naturais. Somos a única envasadora de água mineral natural no Brasil que possui uma área de preservação de 6 milhões de metros quadrados longe de áreas urbanas. Esse cinturão verde preserva e garante a renovação da nossa fonte e a qualidade para o consumidor, certificada em nosso moderno laboratório para análises bacteriológicas e físico-químicas, além das análises externas e câmaras de desinfecção dos garrafões vazios com luz ultravioleta.”

Além do investimento em sustentabilidade, o foco da Ouro Fino também está voltado para pesquisas de mercado para aprimorar ou lançar produtos, e embalagens diferenciadas. “Hoje somos uma das três maiores indústrias envasadoras do produto na região Sul e asseguramos aos nossos clientes uma bebida, preservada por um cinturão verde, com menos sódio, pH alcalino, magnésio, potássio e bicarbonato, que fazem dela um produto com qualidades digestivas. Sustentabilidade sempre está no radar. Um outro exemplo é a utilização de 23% a menos de plástico na linha Ouro Fino Leve”, pontua o CEO.

 

Posicionamento X Legislação

Para o CEO da Genuina Lyndoia, no Brasil ainda existe, por parte dos supermercados e seus compradores, uma resistência com relação a introdução de produtos inovadores, que possuem maior valor agregado. “Ainda escutamos que é uma bebida cara. É comum encontrar nos supermercados produtos inovadores, como a nossa água saborizada com fibras prebióticas, junto com as águas importadas. Um posicionamento totalmente errado, o que confunde o consumidor e prejudica a introdução e a divulgação destes itens. É preciso despertar nos compradores um entendimento de diversificação para aumentar a oferta. Isto gera aumento de consumo e rentabilidade. Podemos ver isso nitidamente em países mais avançados como nos EUA onde a diversificação é enorme e o mercado é gigante.”

A partir do momento que aditivos são introduzidos no processo, o tratamento de efluente tem que ser revisto. Segundo Ruette, é preciso investir em misturadores, pasteurizadores, além do tratamento de resíduos. “São aportes altos para a indústria de água mineral que usa somente o processo de filtração. O tratamento de resíduos de uma planta de água mineral, por exemplo, tem exigências diferentes das plantas que utilizam produtos agregados, como aromas, suco de frutos etc.”

E os entraves seguem na legislação também. “No exterior, água mineral com gás adicionada de suco de limão é vendida exatamente assim. No Brasil teria que ser enquadrada como refrigerante, a legislação é muito falha. As grandes multinacionais do setor estão começando a trazer e testar este tipo de produto aqui, o que pode ajudar a desenvolver o mercado. Mas, é preciso cooperação dos órgãos públicos e a legislação precisa ser atualizada e condizente com o resto do mundo. Para se ter uma ideia, água mineral natural no Brasil pertence ao Ministério de Minas e Energia, e é considerada minério e não alimento. Já a água saborizada, se for adicionada com fruta pertence ao Ministério da Agricultura, e se usar aroma, pode ser enquadrada no Ministério da Saúde. Isso muda completamente a relação da empresa com os órgãos governamentais e suas exigências”, explica Ruette.

Água Thermal com embalagem especial Desde 2016, o Brasil abarca uma diversificação de produção de águas premium somada à entrada das águas termais no setor de dermocosméticos. O cenário mostra que o mercado brasileiro já entendeu que não é só para matar a sede que o consumidor compra água.

O segmento da beleza, saúde e bem-estar segue em franca expansão. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o Brasil é um dos maiores mercados de beleza do mundo, sendo o primeiro em cirurgias plásticas e perfumaria. O país se posiciona como o segundo em cuidados com o cabelo e é o terceiro em cosméticos. Para 2018, a projeção de crescimento nominal gira em torno de 7,5% em relação a 2017, segundo a Abihpec.

As águas premium e termais são produtos diferenciados que têm o design de embalagem como parte fundamental da cadeia produtiva. O desafio de criação da embalagem é ainda maior, ao considerar o potencial de posicionamento desses produtos no mercado, ante a grande gama de itens do gênero disponível nas gôndolas. Ao entrar nesse mercado, a Hidrobrás Águas Minerais do Brasil, responsável pelas marcas Ingá e Suiá, busca associar a credibilidade da sua marca ao novo item.

“A Água Thermal é uma tendência mundial de uso, em sua maioria, por mulheres. Como está diretamente ligada ao nosso produto – a água mineral – a Água Thermal Ingá vem com o intuito de agregar valor à marca Ingá, que há 45 anos traduz qualidade em sua linha de produtos envasados”, explica Guilherme Rosa Araújo, diretor da Hidrobrás.

Todas as propriedades da água termal (PH mais equilibrado, altas concentrações de minerais benéficos para a pele, estimulante natural para a renovação celular, dentre outras) somadas à inovação que o produto traz para o mercado, foram a fonte de inspiração para o desenvolvimento da embalagem da Água Thermal Ingá. “Como esse item abre um novo mercado para a empresa, o desafio foi trabalhar a identidade de algo diferenciado aos já presentes no portfólio, mas que levasse o nome da companhia de forma a associar a qualidade desse lançamento à credibilidade da marca Ingá”, explica Araújo.

A embalagem possui um design limpo e elegante. A opção pelo uso de um recipiente em metal e em spray respeita a cadeia de logística reversa e imprime uma identificação com produtos de beleza. O tom branco perolado de toda a embalagem, somado à imagem da água em movimento trazem um ar sofisticado, bem como o símbolo real que coroa o nome da marca Ingá, reforçando o produto como premium. Uma fonte leve, delicada e sem serifas foi escolhida para reforçar essas referências.

O destaque dos benefícios da água termal e da Ingá fazem a associação entre o produto e o valor da marca. “A importância do design nas gôndolas é essencial para chamar atenção e provocar o consumidor a pegar o produto para ler e conhecer, mesmo que ele não compre, mas que lhe chame a atenção.

Ainda não é possível mensurar o crescimento nas vendas, uma vez que o produto está há poucos meses no mercado. Contudo, os números aumentam a cada dia e reconhecemos a importância estratégica da embalagem nesse processo”, afirma Araújo, da Hidrobrás/Ingá.

Reportagem publicada originalmente no site Engarrafador Moderno, em 13 de julho de 2018

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